Posted by : Zyky Nov 27, 2012

Um Pequeno Grande Problema



Todos olhavam boquiabertos para o pequeno Pichu, que inflava o peito, encarando-os.

- Eu ouvi o que penso que ouvi? – indagava Richard.

- O que, eu? – perguntava o pequeno Pokémon.

- Nossa, um Pichu falante! – gritou Ellie agarrando-o – Você é mais fofo do que pensei, quero um para mim!

- Pi?! – retrucou Fabí.

- Me larga! – dizia debatendo-se – Faça ela me largar, por favor!

- Eu... não acredito, você fala! Mas como um Pokémon sabe falar? – perguntava pasmo.

- Peça para ela me soltar que eu explico.

- Ellie, por favor! – falou o menino, balançando a cabeça em sinal de negação.

- Tá bom. – retrucou, soltando-o.

- Obrigado... Oi Booker! – acenou para o senhor, que o olhava espantado.

- Você não sabia disso?

- Não! Eu já o ajudei, mas ele nunca falou para mim.

- Como você aprendeu a falar? Espera, por que você não falou comigo na floresta? – perguntava aproximando-se.

- Não disse nada porque não sou de falar muito, nem com qualquer um! Ou se esqueceu de que eu estava sendo perseguido? Mas aprendi a falar observando os humanos... e vocês são muito tagarelas!

- Por essa eu não esperava... – dizia Booker pasmo.

Todos observavam o pequeno Pokémon falante estáticos, impressionados. Já o Pokémon os observava com desdém, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

- Por que veio atrás de mim? – perguntou Richard quebrando o silêncio.

- Porque quero ajudar, quero pegar os humanos que sumiram com os meus amigos, a minha família! – dizia impondo-se.

O garoto abaixou-se o máximo que pode, encarando-o nos olhos e perguntando:

- É brincadeira, não é?

Ele conseguira deixar o Pichu extremamente nervoso, que começou a faísca suas bochechas e o atacou com um fraco, mas dolorido raio.

- Acho que isso foi um Thundersock... – ria Ellie – Definitivamente não é brincadeira.

- Muito obrigado por me avisar... – dizia sarcasticamente, sentado no chão, todo chamuscado.

- Sei que sou capaz! – gritou.

- E o que pretende fazer?

- Ir atrás deles. Falo com alguns Pokémon que conheço e descubro onde estão rapidinho...

- Então por que precisa de minha ajuda?

- Porque você é forte! – respondeu, deixando Richard sem reação – Eu já vi... E querendo ou não preciso de ajuda, não vou conseguir sozinho. De que adianta eu encontrá-los se não conseguir salvá-los? Eu... quero me tornar forte também. – dizia entristecido.

O garoto, que ficou realmente comovido com a coragem e a ousadia daquele Pokémon, colocou sua mão sobre sua cabeça e o acariciou, o olhando com um leve e suave sorriso, o primeiro que Ellie via em sue rosto desde que o encontrara.

- E você vai, pode acreditar.

Ao ouvir isso, Pichu pulou em seu colo e começou a afagá-lo; sua expressão era de extrema felicidade.

- Muito obrigado, não vou decepcionar, eu prometo!

- Muito lindo, mas posso saber o motivo da súbita mudança de opinião?

- Porque eu sei como é, sei como ele se sente... Perder tudo o que lhe era mais importante de uma hora para outra e não poder fazer nada! – disse seriamente, com a cabeça baixa.

- Bem... você sabe tocar essa viola? – perguntou a garota ao Pokémon, disfarçando.

- Sei sim, e muito bem! Olha, eu vou... – parou ao puxar sua viola de suas costas e ver que ela estava quebrada, suspirando triste – Esqueci que ela quebrou...

- Que tal irmos até minha marcenaria em Cocona Village para concertá-la? – propôs Booker.

- Sério, você pode? Obrigado Booker, você e o melhor! – disse Pichu pulando em seu ombro.

- Então vamos Ukule...

- Lele! – interrompeu o senhor, que o olhou confuso – Meu nome é Lele, só Lele! E isso não é uma viola – falou encarando a garota – é um ukulele, o que é bem diferente!

- Tudo bem. – disseram em coro, entreolhando-se.

Todos então foram até um pequeno e simples cais, onde Booker tinha um barco ancorado.

Renbow Island não era longe de Dolce Island, mas mesmo assim a viagem era demasiadamente demorada, ainda mais naquele barco. A marcenaria do velho senhor também era no litoral da ilha: um sobrado simples, com um lugar reservado para guardar o barco e uma varanda; caminhando um pouco mais para o interior da ilha já era possível ver a cidade.

Logo que entraram na casa, um garoto que aparentava ter 10 anos veio correndo dos fundos do lugar, segurando algo que parecia uma bandana. Ele era moreno, de cabelos esverdeados e rosto sereno, alegre.


- Mestre, mestre, o que houve? Por que o senhor demorou tanto para voltar? – perguntava preocupado.

- Tive alguns imprevistos. – falo o senhor olhando para trás, onde Richard e Ellie estavam a observar o local, sendo seguidos pelo olhar do menino.

- Mestre, quem são eles?

- Não se lembra dele? – disse apontando para o garoto.

- Eu tinha que lembrar?

- Nossa, faz tanto tempo assim que não apareço aqui, pirralho? – perguntou o garoto bagunçando o cabelo do menino.

- Tio Rick! Há quanto tempo! – gritou abraçando-o.

- Já disse que não sou seu tio! – bravejou ao ver Ellie rir de sua situação.

- E quem é esse garotinho? – perguntou ela abaixando-se perto do menino, deixando-o envergonhado.

- M-meu nome é Nick... – disse tímido.

- Ele é meu aprendiz, mora aqui comigo há alguns anos.

- Nick! – gritou Pichu pulando no menino.

- Olá Lele, faz tempo que não te vejo.

- An... você não está surpreso ao vê-lo falar? – perguntou o senhor.

- Por que? Eu sempre brincava com ele quando nós íamos aos Heights, e eu o ajudei a aprender a falar. – disse tranquilamente deixando todos surpresos – Mas seu ukulele quebrou, o que aconteceu?

- É uma longa historia... você conserta?

- Concerto, mas tem um pequeno problema...

- Qual?

- Nossa cola acabou. Na verdade, o Mestre foi a Dolce Island para pegar mais.

- Eu disse que tive alguns imprevistos... – disse ele sem graça – Por que não vai buscar com Richard?

- Mas por que eu? – indagou.

- Vamos tio, por favor!

- Sim, por favor... – pedia Lele.

- Ah, tá bom – retrucou, vendo que era voto vencido – mas já disse pra parar de me chamar de tio!

- Eeeeeeeh! – festejaram.

- Eu vou ficar aqui mesmo, obrigada, no momento quero distância daquela ilha! – falou Ellie abraçando Fabí, que mostrou também não gostar da ideia de voltar.

- Podemos ir voando tio? Podemos, podemos?

- Tá, ta, pode ser, assim voltamos mais rápido... – retrucou, vendo o menino pular de alegria.

Então, nas costas de Flygon, Richard e Nick voaram de volta à Dolce Island, pousando perto da cabana de Booker.

- Flygon, fique aqui, caso precisemos de ajuda. – ordenou.

- Flaai! – falou posicionando-se.

Nick o guiou até onde eles pegavam a cola: um enorme tronco de árvore, oca por dentro, onde havia uma enorme quantidade de grude e seiva.

- Isso aí é a cola? – falou o garoto com certo receio.

- Também, é o principal ingrediente. – disse o menino se aproximando, mas então vários Sunkern’s apareceram repentinamente e começaram a atacá-lo – AAAAH! TIRA ELES DE MIM, TIRA ELES DE MIM, TIRAAA! – gritava esquivando-se.


Antes que Richard pudesse contra-atacar com qualquer Pokémon, um homem pulou em sua frente, apontando para os Pokémon o aparelho em seu pulso, chamando-lhes a atenção.

- Capture Styler ligado! – gritou e, com isso, um pequeno disco saiu do aparelho emitindo um traço de luz, que envolveu os enfurecidos Pokémon até que parassem de atacar, ficando calmos e amigáveis.

Os garotos olhavam o homem surpresos, mas Richard já tinha o visto: era Rand exercendo seu trabalho de Pokémon Ranger. Por sorte ele não havia o visto a alguns dias atrás, quando invadiu sua casa.

- Vocês estão bem? – perguntou ele.

- Acho que sim... – dizia Nick tremendo enquanto o garoto desviava o olhar.

- Bom, muito bom... Espera um pouco, o que vocês estão fazendo por aqui? – perguntou severamente.

- É que... nós viemos buscar cola, para o Mestre Booker... Eu sou Nick, seu aprendiz. – dizia com medo do enorme homem.

- Oh, claro, agora me lembro de você, quando fui na marcenaria do Booker. Meu nome é Rand, sou um dos Pokémon Rangers da região de Oblivia. Mas e você – disse virando-se para Richard, que agora o encarava – como se chama?

- Por que quer saber? Isso não te importa! – disse arrogantemente.

- E por que ser tão rude? O que custa?

- Vai tio, ele me ajudou. – disse Nick baixinho, olhando para ele agarrado em sua cintura.

- Ah, tudo bem... – reclamou – Meu nome é Richard – hesitou, vendo que ele esperava algo mais – ... Ferysen.

- Você! – dizia abismado – Então você é o famoso Richard Ferysen, filho de Samantha e Joseph Ferysen, os antigos Pokémon Rangers da região.

- Entendeu? – falou direcionado para Nick – Era por isso que ele não precisava saber quem eu sou.

- E por que não? A sua história e a de seus pais são conhecidas por todos, desde a Academia Ranger ao Ranger Union. Seus pais são uma lenda...

- Sim, uma lenda que já foi extinta! Vamos Nick, vamos embora. – disse puxando o menino.

- Espere! – falou correndo em direção aos dois – Por que você está dizendo isso? Eles foram heróis, devia se orgulhar disso.

Ao ouvir isso, Richard parou, serrando os punhos, com a cabeça baixa. Nick o olhava triste, ele também conhecia sua história e sabia o quão difícil seria para ele continuar a falar.

- E eu me orgulho... – falou baixo, evitando mostrar qualquer sentimento – Mas de que adianta? Eles estão mortos, e ninguém nunca fez nada para achar os culpados!

Rand então calou-se ao entender a situação. Os dois garotos continuaram sua caminhada rumo à cabana de Booker, deixando homem sozinho no meio da mata.

Nick dissera que precisava pegar alguns instrumentos na cabana, fazendo os dois entrarem, ainda com Flygon de guarda, porém:

- Você vai demorar muito? – perguntava Richard impaciente.

- Não, só preciso pegar...

- Flaaaaai! – gritava aflito o Pokémon, interrompendo-os.

- Flygon! – gritou o garoto, correndo para fora da cabana.

Quando chegou, vários Pinchers voavam em volta do Pokémon, que tentava os afastar enfurecido. Ao ver seu treinador, o impediu de continuar, batendo sua cauda no chão e levantando uma cortina de areia, apontando para a cabana:

- O que houve? – gritava.

- Flai, flaiigon!

- Aaaah!

Ao reconhecer que a voz era de Nick, Richard então correu novamente para lá, entrando e vendo que o mesmo rapaz da Teakwood Forest erguia o menino pelo colarinho.

- Você! – gritou – Largue ele agora!

- Se você diz... – ironizou, jogando o menino aos seus pés.

- O que é que você quer?

- Vim acabar com o que fui interrompido da última vez, não é Charmeleon?

O garoto espantou-se ao rever seu Pokémon, que estava muito diferente: seus olhos brilhavam vermelhos, furiosos, bufava muito e seu corpo estava maior e mais robusto, mais até do que é natural para a espécie. Ficava em posição de batalha, exibindo suas enormes garras, maiores do que antes, e sua cauda com uma forte chama queimando incessantemente.

 

- Nick, corra até o Flygon agora! – sussurrou.

- Mas tio... – dizia chorando.

- Agora!!! – gritou empurrando-o.

- Oh, que lindinho, vai proteger o moleque... você é mais patético do que eu imaginava! – zombava ele, provocando a ira do garoto – Hum... Acabe com ele.

Prevendo o que iria acontecer, Richard começou a correr, indo em direção a Nick, que já estava fora da cabana, sendo protegido pelo enorme Pokémon dragão. Com uma ira inexplicável, Charmeleon criou uma enorme bola de fogo e lançou na mesma direção em que o garoto corria, fazendo o lugar explodir sem que ele tivesse conseguido sair de lá, sendo arremessado longe. Com um olhar maligno em seu rosto, o rapaz chamou o Pokémon de volta, que sequer se feriu na explosão, voando para longe.

Flygon veio rápido ao socorro de seu mestre, que estava inconsciente, pegando ele e o menino e voando rapidamente para Renbow Island.

*****

- Rick, Rick acorda! Você está me ouvindo? – insistia Ellie batendo levemente em seu rosto.

- Pi! Pichu-pichuu!

- Ele vai ficar bem Mestre?

- Vai sim Nick, vai sim...

Richard agora estava na casa de Booker, num dos quartos. Continuava desmaiado ficando ferido por causa da explosão. Com os chaqualhões da garota ele pareceu começar a acordar:

- O que... – dizia com esforço.

- Você está bem? – perguntava ela aflita.

- Nick, onde ele...

- Ele está bem, Richard. – interrompia Booker aliviado – Mas e você? O que aconteceu?

- Aquele cara... o meu... Charmeleon... – sussurrou, desmaiando novamente.

- Richard! – gritou ela em desespero.

*****

Já era noite em Oblivia e Richard voltava a acordar. Sentia seu corpo dolorido e não conseguia se mexer facilmente. Seus braços tinham diversas ataduras, sua pele estava machucada, ralada, queimada, mas mesmo assim tentou levantar e sentar-se na cama, acordando Lele, que dormia ao seu lado:

- Gente, gente, ele acordou, ele acordou! – gritava feliz.

O garoto recolhia-se ao ouvir os berros do Pokémon, ainda meio atordoado, vendo que o quarto começou a se encher de pessoas. Lele pulava de um lado para o outro, sendo acompanhado por Nick e Booker o olhava aliviado, feliz em vê-lo bem. Enquanto o garoto tentava processar o que estava acontecendo, Ellie apareceu repentinamente na porta, seguida por Fabí, correndo em sua direção e pendurando-se em seu pescoço, abraçando-lhe fortemente.

- Pensei que você não ia mais acordar! – dizia feliz, com lágrimas nos olhos.

- Chuu!

- Ai, espera aí, isso dói... – disse sem jeito.

- Opa, desculpa. – falou sem graça, afastando-se.

- TIO RICK!!! – gritava Nick pulando em cima da cama, assustando-os – Você está bem, você está bem!

- Ai!! É sério, isso dói!

- Nick, por favor, não atrapalhe! Deixe ele descansar um pouco. – dizia Booker, fazendo o menino se acalmar.

- Você... está bem? – perguntou Ellie, segurando delicadamente em sua mão.

- Er, mais ou menos... meu corpo ainda está dolorido – disse desviando o olhar – mas como cheguei aqui? Não me lembro de muita coisa...

- Deveria agradecer ao Flygon. – explicava Booker – Ainda bem que ele sabe o que fazer em situações como essa... Foi ele quem trouxe você e o Nick; estava muito preocupado, principalmente com você.

- E onde ele está? – perguntou preocupado tentando se levantar, mas recuando por causa da dor.

- Calma, ele está bem, está lá no galpão. Mas agora é minha vez de perguntar o que aconteceu, porque pelo o que Nick me disse, minha cabana foi destruída, não é?

- Foi ele... Foi aquele cara! Ele acabou com tudo, até com meu Charmeleon... – disse cabisbaixo, serrando os punhos – Além de roubá-lo não sei como, o transforma num monstro! Mesmo depois do tanto que eu o ajudei, de tudo que fiz por ele...

- Como assim? – perguntou Ellie.

- Há certo tempo atrás – começou Booker a falar – Richard encontrou um Charmander ainda bebê, muito machucado... deve ter fugido de alguém e encontrado algumas confusões no caminho. Eu achava que não iria sobreviver, só que ele cuidou do pequeno Pokémon por semanas, sem descanso, até que ele ficasse bem, e não demorou muito para evoluir para Charmeleon, pois se mostrou ótimo em batalhas.

- Você ainda se lembra disso? Não sabia que fazia tanto tempo assim, eu ainda morava aqui, tinha saído a pouco tempo do orfanato.

- Eu me lembro de tudo Richard, de cada dia, cada detalhe. – falava serenamente, com um doce sorriso, confortando o garoto.

- Um dos melhores do meu time, acho que mais um pouco ele evoluiria de novo, mas de uns tempos para cá só o usava nas batalhas mais difíceis. Ele era... especial, diferente... era parte da família... – terminou baixo, mas sério, evitando demonstrar qualquer coisa.

Ellie ficou surpresa; não imaginava que os Pokémon eram tão importantes para ele, como Booker dissera, “Então é verdade, ele realmente se importa...” pensava ela com um sentimento de culpa por duvidar. Começou a entender seu modo de agir: que usava isso para se proteger dos outros, mas que não abandonara o que lhe era importante, de valor. Tentando amenizar seu sofrimento, ela o abraçou delicadamente, enquanto ele a olhou atônico.

- Não se preocupe, vamos pegá-lo de volta, nem que seja a última coisa que eu faça, eu prometo!

Richard não sabia como agir, não estava acostumado com atitudes como essa para com ele; todos o ignoravam e desprezavam por causa de seu comportamento estúpido, todos menos Booker e Nick, que eram as pessoas mais próximas que ele tinha. Ele se sentiu acolhido como quase nunca e há muito tempo não se sentia, ainda mais que por uma garota que apareceu do nada em sua vida e mudou sua rotina radicalmente.

- Você teve visitas, Rand passou por aqui para ver como você estava. – continuou o senhor – Ele ouviu a explosão na ilha, mas quando chegou no local Flygon estava levantando vôo. Disse que tem certeza que foi ato dos Pinchers, desde a explosão aos estranhos acontecimentos que andam acontecendo por toda a região... Ele teme de que esses bandidos tentem tirar nossa paz, planejando tomar o poder, como outros já tentaram há muito tempo.

- Aquele enxerido, fica bancando o herói, mas quando se precisa ele some! Pelo menos está certo sobre serem os Pinchers...

- Mestre, o que o senhor quer dizer com “de novo”?

- É uma longa história, longa demais para essa hora da noite. – disse se aproximando da porta – Bom, chega de conversa, está tarde e é hora de vocês descansarem. Vamos Nick, hora de dormir.

- Ah... tchau tio, e vê se melhora! – disse sorrindo ao acompanhar Booker

- Qual é, eu já disse que não sou seu tio! – reclamou sem graça.

- Ah, quase me esqueci... – continuou virando-se – Rand deixou um recado, disse que dois novos Pokémon Rangers vão vir para a região e um deles é conhecido seu, acho que um parente.

- Um parente? – perguntou surpreso.

- Isso mesmo mas ele não me disse o nome, talvez cheguem aqui semana que vem, e até lá vocês vão ficar aqui, repousando.

- Tá, tudo bem...

- Boa noite para vocês. – despediu-se fechando a porta.

- Eu vou dormir aqui com você. – dizia Lele enquanto pulava na cama, sentando-se ao lado do garoto.

- E você Ellie? – perguntou Richard, mas ela sequer respondeu, fitando seriamente a janela – Ellie, está me ouvindo?

- An, o que disse? – perguntou como se acordasse de um transe.

- Está tudo bem? Perguntei onde você vai dormir...

- Ah, claro só estava pensando...

- Hum, pensando em que? – perguntou curioso.

- N-nada de importante! Vou dormir aqui mesmo, já que não tem outro quarto... Boa noite. – terminou deitando-se rapidamente na cama ao lado.

Percebeu que Fabí a olhava preocupada, mas, mesmo achando sua reação estranha, virou para o lado oposto e voltou a deitar-se, pegando no sono rapidamente, “E depois não é estranha...”.

*****

Por mais que tentasse, Ellie não conseguia dormir. Pensamentos e lembranças de um passado sombrio fervilhavam em sua mente, deixando-a mais uma vez perturbada, porém sentiu-se ser cutucada por sua Pichu e uma voz baixa a chamando:

- Ei, ei, humana, moça... ah, não sei seu nome!

- O que?

- É ele – sussurrava o pequeno Pichu apontando para Richard – tem alguma coisa errada!

Ela então levanta e se aproxima do garoto, que remexia e sussurrava algo que não era possível entender. Tocou seus dedos em seu rosto e percebeu que estava tenso, suando frio e com o coração acelerado; se estava sonhando com alguma coisa, não era nada bom.

- O que está acontecendo com ele? – perguntou Lele preocupado.

- Essa não... – dizia aflita – acho que ele... descobriu!

Nesse instante Richard acorda e levanta assustado. Com a pouca luminosidade, demora a perceber a presença de alguém, acendendo o abajur e vendo Ellie o observando preocupada, junto a Lele. Ele abaixa a cabeça e tenta organizar seus pensamentos; seu olhar era assustado, como se tivesse desvendado um grande mistério, e talvez tinha.

- Agora tudo faz sentido... – sussurrou.

- O q-que faz... sentido? – perguntou temerosa.

- Foram eles... só pode ter sido eles, os Pinchers, que... mataram meus pais!

*****

- Bem, pelo menos os resultados dessa missão foram satisfatórios. – dizia aquele que era tratado como general, em meio às sombras, para os misteriosos rapazes. O rapaz se vangloriava e a moça sorria delicadamente.

- Obrigada senhor! – dizia feliz.

- Eu disse que seria um sucesso! – esnobava-se ele – Toda a Southern Beach e Heights foram vasculhadas, e para melhorar encontrei com um de nossos alvos e lhe dei, digamos, um presentinho... Acho que ele não vai se esquecer tão cedo de mim. – ria malevolamente.

- É, só que agora eles não serão mais seus alvos principais... vocês continuarão com as missões necessárias para o nosso glorioso projeto ser concluído.

- Mas por quê?! – indagavam.

- Porque tenho outra pessoa mais capaz e especificamente encarregada para isso. – disse apontando para a enorme porta, onde uma pessoa permanecia em pé, escorada no batente – Essa é nossa... arma secreta, e eu sei que conseguirá localizar, capturar e neutralizar nossos alvos, mas quero total e absoluta descrição, ou pagarão caro pela desobediência!

- Sim senhor! – disseram em coro, prestando continência e saindo da enorme sala escura.

- Muito bem – disse o homem para a misteriosa pessoa, que se aproximava – não vai se atrasar, você tem que causar uma boa impressão a todos... principalmente a eles!

- Pode deixar senhor, tudo ocorrerá perfeitamente dentro dos planos... – disse com um sorriso de canto, saindo da sala.






Notas da Autora
Capítulo 5 | Capítulo 7
Especial

{ 6 comments... read them below or Comment }

  1. Oi yky, tudo bem? Bem, na minha opinião, esse foi o capítulo mais fraco desde que Oblivia surgiu, tudo pareceu acontecer rápido demais, mal uma coisa terminava e outra já aparecia rapidamente. Bom, vamos falar dos pontos positivos, o Charmeleon... Meu deus, pobre Charmeleon, e quando ao descobrimento de Richar hein? Incrível, mesmo sendo um capítulo fraco, foi bem intenso.

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  2. Olá Zyky! É muito bom ver que Oblivia está a todo vapor! Você tem um bom estoque de capítulos, o que te dá certa tranquilidade para trabalhar. E a história em si também está excelente, como sempre!

    Sério, eu tive que voltar no final do outro capítulo para perceber que a última fala era do Lele! Não foi erro seu, mas é que eu devo ter lido tão rápido que nem notei! Um Pokémon que fala, hã? Isso com certeza será interessante, e também cômico, pois os Pichus têm uma péssima fama de serem Pokémons travessos. Além de saber tocar um instrumento ele fala! Meu, o Richard poderia ganhar uma grana com ele, fazendo do pequeno uma espécie de artista de rua!

    Pinchers... Eles já estão começando a me irritar! Quero logo ver o Richard ou qualquer um dar uma surra neles! UHAUHAUHUAHUHAUHUAHUAH Esse é o espírito! Tenho certeza de que com esse time forte o Richard tem tudo pra colocar esses inconvenientes no bolso.

    É isso aí Zyky. Está fazendo um bom trabalho. Continue assim. Até breve!

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  3. ZYKYTA!!!!!!!!!!!!!
    Ainda não acredito que no capitulo que demorei tanto pra comentar no cap. que aparece o Lele, mas você sabe os motivos né: final de ano, fim do ensino médio, TCC, PTCC.. ai ai! MAS ENFIM, preciso de um momento pra surtar, e não me sinto culpada por isso:
    LASDMLQWKMSKLDMQWKLSNDQOWIJISDkjsadnkasjd LEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEELEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE SUA COISA FOOOOOOOOOOOOOFA E BRAVA E FOFA FOFA FOFA LINDOOOOOOOOOO!!!!!!!! to igual a Ellie, quero abraçar o Lele até esmaga-lo >_<

    Esse Nick me mata chamando o Rick de tio hahahauahauhauaha

    Olá, Rand!
    Bom, acho que nessa parte ficou mais claro ainda o porque do Rick não gostar de ser reconhecido e falar sobre seus pais né? Chateada :/

    Pinchers... nossa... sério... O QUE VCS FIZERAM COM O CHARMELEON??? Isso não é normal, seus encapetados :(
    Também não vejo a hora do Rick dar uma surra neles, babacas!

    E essa Ellie toda temerosa ai? Sei não hein..

    ESSA SOMBRA AI aaaa Zykyta malvada cara :c

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  4. Fehpig, não entendi o seu termo fraco '-' Realmente, as coisas acontecem rápido, é para dar alusão a correria q acontece e pá, qualquer dúvida q vc tiver eu explico ^^ E sim, coisa horrível q fizeram com o pobrezinho do Charmeleon, né? D:

    Kkkkkk, não se preocupe Shadow, não era pra ser tão perceptível essa fala do Lele msm XD Era assim: ou vc saca na hora, ou só com a explicação do capítulo seguinte... Bom, acho q todos foram na segunda opção. Travesso é pouco comparado ao q esse Pichuzinho pode fazer X3 AEUHAUEHUAEHAUEHUAH ri com essa do show d rua, sério, nunca tinha pensado nessa XD Acho q todo mundo quer chutar a cara dos Pinchers um pouco, ainda mais com o q... opa, quase falei d+ =x

    Pode surtar Jac, eu surtei quando postei este capítulo msm X3 Não via a hora do Lele dar o ar da graça e dar a graça, claro, pq isso é com ele msm XD Lele, Nick, Rand, muitas caras novas, né? Essa sombra... ah, a sombra, o mistério, amo isso -u-

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  5. Nada contra o Lele, mas por que eu achava ele tão fofo naquela época? Não que ele tenha deixado de ser fofo, mas agora sinto que reparo mais nas silhuetas da Ellie kkkkkk Sacumé, agora tenho a imagem dela né, antes eu devia me contentar com imaginá-la! Lele é nome caipira pra um bichinho, mas ficou perfeito para o Ukulele. Será que ainda vai rolar aquela proposta de Talk Show com ele?

    Bom, o capítulo trouxe vários outros acontecimentos, então tudo contribuiu para fazer um excelente capítulo. Não poupe espaço no tamanho, é sério Zyky, chega uma hora que você não consegue mais controlar e seus capítulos acabam ficando com umas 5000 palavras, mesmo que involuntariamente. Eu particularmente acho isso uma qualidade, porque o autor deve ter a habilidade de prender os leitores com um enredo atrativo e coerente. Você está no caminho certo, a cada dia Oblivia me fascina mais! Minha querida Ellie deu uma sumida, mas foi bom para focar no Richard e falar mais dessa relação dele com seu passado. Acho que isso só vai alimentar a fúria dele contra os Pinchers, e agora sim o bicho vai pegar! Oww, e eu também tenho que falar do Charmeleon. Excelente jogada, é como ter um personagem amigo que de repente acaba caindo no lado negro da força. Olha a conversa do Charizard fodástico novamente, vou esperar só para ver uma disputa dele contra o Flygon ou o Flay! Se cuida Zyky, e boa sorte com sua promissora fanfiction! :D

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  6. Amei ver o Lele na votação do Talk Show, seria algo realmente incrível esse bichinho q cresceu em uma ilha isolada em um programa d televisão (aviso: mta confusão pela frente XD). Gostando mais (mais ainda, ns vdd) da Ellie agora? E olha que essa não era bem a imagem que queria usar para ela, a outra era mais... deixa pra lá. ¬¬
    Eu tento controlar o tamanho dos capítulos, mas alguns realmente extrapolam... eu sou uma q não tenho problemas d ler um capítulo d 5000 palavras ou mais, contanto q ele seja interessante e cativante, mas tenho q tentar deixar todos felizes com o tamanho, né?
    Só um aviso: aguarde mtas coisas do Charmeleon, mtas msm -w-

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